terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Minha imperatriz adolescente


Minha Cássia Imperial (chuva de Ouro), primeira florada aos 3 anos de idade




Um besouro que voada de flor em flor, emitia um som estranho, parecendo que sugava o néctar. A vida que se renova.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A Conciliação é indivisível


A luta contra o Apartheid foi reconhecida mundialmente, de forma expressiva, pelo fato de dois ativistas negros da África do Sul terem recebido o prêmio Nobel da Paz. Um deles, Mandela, morreu esta semana!

O último herói da liberdade, ficou 26 anos preso na Ilha Robben, lá ocupava a cela com número 466/64, de onde saiu para ser eleito Presidente da África do Sul. Fez um governo de conciliação, mas perdeu a oportunidade de empreender uma grande redistribuição de renda no País.

Nomeou o bispo anglicano Desmond Tutu, o outro prêmio Nobel da África do Sul, como presidente da Comissão da Verdade e da Reconciliação. Li na Alemanha, em meados da década de 80, o livro de Tutu "Die Versöhnung ist unteilbar" ("A conciliação é indivisível"), onde Tutu delineia o seu pensamento de uma reconciliação para a sociedade sulafricana, baseada na tolerância e na firmeza de carácter, que sempre acompanhou a ambos os protagonistas desta linda história de nosso século.

No filme Invictus, dirigido por Clint Eastwood em 2009, uma bela leitura desta luta pela  reconciliação do País.

No maravilhoso discurso em sua defesa no final do processo que o levou à prisão, Mandela concluiu:

"Durante a minha vida, dediquei-me a essa luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca, lutei contra a dominação negra. Acalentei o ideal de uma sociedade livre e democrática na qual as pessoas vivam juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal para o qual espero viver e realizar. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer"

O mundo ficou um pouco mais cínico com a ausência de Mandela! Obrigado, Madiba! Todos somos africanos e temos orgulho, como você.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Falta Lula!


Enfim, os corruptos foram condenados e estão a caminho da prisão.
Não é a punição exemplar... Longe disto. Uma condenação pífia, de uma sociedade que contemporiza com a corrupção, com a bandidagem. Mas, eles vão para a cadeia. E isto é um grande passo.

Mas, neste exato momento em que acompanho José Genoíno Neto se apresentando à polícia para passar sua primeira noite na cadeia, faço uma pequena revisão dos fatos e me pergunto: o que levou José Genoíno Neto à prisão?

Não acho que todos os réus desta vergonhosa trapaça do Partido dos Trabalhadores são iguais. Assim como os deputados comprados, Marcos Valério estava apenas interessado em dinheiro. Acho que seu sócio realmente não devia saber de toda a extensão da maracutaia. São diferentes, mas iguais: todos os sócios são igualmente responsáveis pelos crimes administrativos realizados pela empresa. Não há desculpas do tipo: eu não sabia...  Foi por isso que Ramon Hollerbach, foi condenado e continua alegando inocência.

Da mesma forma que Ramon não é Valério, creio que Genoíno não é Dirceu.

José Genoíno Neto afirma ser preso político (sic). Não é verdade. Ele foi condenado  por uma razão objetiva: assinou contratos de empréstimos fraudulentos do Banco do Brasil e do Banco Rural, como presidente do Partido, cujo objetivo era munir o sistema com dinheiro para compra de votos.
Na conclusão da peça de interposição de embargo infringente, os advogados de Genoíno fazem constar: “José Genoino Neto não merece a pecha de bandoleiro. José Genoino Neto não integra quadrilha. José Genoino Neto é um digno e honesto cidadão, é um homem público extremamente íntegro, probo, idôneo e incansável servidor da causa pública (...) Não aceita e jamais aceitará sua condenação por este pretório excelso."

Eu creio que sim. José Genoíno talvez seja um homem íntegro. Mas o presidente do partido tem responsabilidade política por cada contrato que assina.
Há um abismo entre a ingenuidade de Genoíno e a falta de carácter explícita de José Dirceu. Creio que José Dirceu continuou no PT sua carreira de guerilheiro. Um guerilheiro não pode ter escrúpulos. Tudo é válido, até mesmo matar. Por que não comprar votos? Os fins justificam os meios, e passa-se a ser o dono da verdade e de sua própria moral. Isso é o que se torna imoral. Ao contrário de Dirceu, creio que Genoíno foi ingênuo. Entretanto, ele deve sim ser condenado, apesar de não fazer parte central da maquiavélica máquina de corrupção de José Dirceu.

Da mesma forma que o sócio de uma empresa tem responsabilidade pelos  crimes da empresa, o presidente de um partido tem responsabilidade política pelos atos do partido, o Presidente da República tem responsabilidade política pelos atos cometidos pelo seu governo. Afinal, a quem beneficiaram as compras de votos? Eu creio que Lula sabia. Entretanto, não saber o que realizavam seus subalternos é mais do que uma prova de incompetência. A responsabilidade política é do Presidente da República. 

Falta um mensaleiro nesta história: Luiz Inácio Lula da Silva.

PS.: A equipe de marketing do PT está tentando transformar os mensaleiros em mártires. Bom, esta semana parte da farça caiu: a Dilma pode ficar tranquila, a saúde de Genoíno não inspira cuidados. Genoíno é jovem, tem 67 anos, tem complicações cardíacas e deve se cuidar. Entretanto, fico pensando se ele tivesse 97 anos, estivesse gravemente enfermo em um hospital e fosse levado ao tribunal para ouvir sua sentença de maca, com aplicação de soro, com um tempo limite de 15 minutos, devido a sua incapacidade de seu cérebro em se concentrar. Este foi o procedimento de um tribunal húngaro recentemente no processo contra um policial húngaro, acusado de crime nazista  http://migre.me/gMTHl. O crime não prescreve por problemas de saúde. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Invasão de posseiros do PMSA no Sítio Águas Claras



Comunicamos a todos os interessados na Uva Ruby, safra 2013/2014,
da área de reserva especial Sítio Águas Claras, que todos os pedidos estão cancelados, sem previsão de data de normalização do fornecimento.

Com os mais sinceros pedidos de desculpas, justificamos o transtorno tendo em vista a invasão de posseiros do movimento dos "Passarinhos Miúdos sem Árvore" - PMSA, que resolveram fazer os seus ninhos no meio da parreira em flor.



A parreira de uvas especiais estava apresentando os frutos de alta qualidade.



No início do mês corrente foi constatada a invasão. Os invasores, identificados como prováveis membros do movimento PMSA, iniciaram imediatamente a construção de ninhos-barracos com materiais alternativos.



Entretanto,neste curto espaço de tempo, os invasores já apresentam consolidada a posse do local. Os advogados esclarecem que já foram tomadas as devidas providências legais, e um pedido de reintegração de posse foi submetido à justiça. Entretanto, tendo em vista o enorme drama social, que envolverá em breve a vara de infância e juventude, os proprietários do empreendimento decidiram suspender todas as atividades na parreira, até que a justiça providencie a remoção dos invasores para fora da região de risco.

Nota:  O Movimento PMSA iniciou-se, muito provavelmente, na Fazenda Brejo Novo, conforme documentado no livro A PERIGOSA VIDA DOS PASARINHOS PEQUENOS, de caráter histórico, baseados em fatos reais, da eminente jornalista Míriam Leitão, recentemente publicado pela editora Rocco Pequenos Leitores, conforme encontrado em http://migre.me/gClwS   .


sábado, 28 de setembro de 2013

Os morangos




Ele sente o cheiro profundo que a mata próxima exala. Cheiro úmido de fumo molhado que sobe do vale. Cheiro de musgo e vida, exalado pelos poros da densa vegetação da mata que rodeia a nascente. Da varanda, ao pôr do sol, seus olhos vagueiam pelo horizonte sem destino. A explosão de vida da primavera o faz lembrar as palavras de Jesus.

“Aprendei, pois, da figueira a sua parábola: Quando já o seu ramo se torna tenro e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão.”

Seu olhos encontram ao longe o velho e teimoso Ipê Amarelo, impunemente florido, embelezado, contra toda a probabilidade... Contra a dura terra pedregosa da Serra de Carrancas, maltratado pela seca que já dura seis meses. Sobrevivente das queimadas, desconhecendo a pedra e a dor. Um monumento à resistência e à esperança. Como ele próprio. Aos noventa e oito anos, tem amarguras insolúveis em seu peito, tem dores que nunca o abandonam. Mas tem ainda aquele terno sorriso nos lábios e o brilho intenso nos olhos. O dia vai esvaindo-se aos poucos. Em breve o manto escuro da noite sem lua vai cobrir o vale do Rio Grande. Ele estende a mão, pega da bandeja um morango escarlate. Dá uma vigorosa mordida na carne doce e tenra do morango, que ainda pela manhã recebeu o seu último orvalho. Que bom que o Pernambuco lhe trouxera aqueles morangos, justo hoje quando sua alma se enternecera mais do que de costume. Antigamente, ele mesmo tomaria o tempo para ir encontrar o sô Pernambuco e pegar a sua porção dos saborosos morangos. Mas, com a idade, as pernas cansadas, passou a depender da vinda amorosa do morango até o seu refúgio em Águas Claras.

Que delícia o morango carnudo e fresco! Lembrou da infância distante, quando não existiam morangos, mas a jabuticada negra e doce enchia as tardes de alegria e alvoroço, com a criançada da vila, no imenso pé de jabuticaba no quintal de casa. Que delícia a vida! Noventa e oito anos. Quantas vezes ele viu o sol se pôr? E em todas vezes este mesmo sentimento de mistério que lhe turva os olhos, marejados de ternura e alegria. Ainda hoje, o mesmo sentimento.

Aquele lindo pôr do sol o fez lembrar Antônio Fagundes como Deus, imaginado na genialidade de Cacá Diegues, num velho filme assistiu. A fala do personagem ainda ressoa em seus ouvidos. “Você nem imagina como foi o nascer do sol do primeiro dia no Paraíso. Quando vi aquela belezura, senti um orgulho danado de mim mesmo... Eu quis logo que alguém visse tudo aquilo. Eu estava tão sozinho. E aí... bem, aí eu fiz o homem e começaram os meus problemas.”

Sim, a vida, meu irmão, não é fácil. É o grande perigo!

Sua memória vagueia pelas lembranças. Quantos nascer de sóis, quantos pôr de sóis. Noventa e oito anos. Ultimamente, de vez enquando se pega pensando na morte, na grande despedida. Quantos amigos já se foram? Quantos ainda verei ir? E ele, estupefato. Mas como? Meu Deus, parece que foi ontem que tudo começou. Pega mais um morango. Que delícia é a vida. Nas lembranças, todos os amores, todas as paixões se misturam, como um mel que destila o seu doce prazer. Como pode ser isto, que o corpo se canse da vida, que os olhos se escureçam e os músculos se tornem frágeis, quando, por dentro, o mesmo prazer de criança, a mesma alegria e deslumbramento pela vida. O tempo deixa marcas no corpo, mas deixa intacta a alma. Por dentro, tudo igual. Os mesmos sonhos de menino, a mesma juventude, as mesmas paixões. Todas intensas, todas eternas. Os desejos, idênticos, exatamente iguais. Tudo igual na alegria, nos desejos, no sentimento de desafio da imensa utopia.

Nunca se adaptou à vida. Sempre inconformado com o mundo que recebeu. Inconformado está com o mundo que em breve deixará. Até neste ponto! Volta em círculos o pensamento. Que insanidade, que o corpo aprisiona e mata uma alma imortal? Que mistério, um corpo que fenece e, por dentro, uma alma que nunca envelhece. Que mistério é este, que a alma é eterna e corpo não. Ele pensa que foi disto que falaram todos os filósofos e místicos em todos os livros que leu. É que eles certamente também sentiram que a decrepitude do corpo, deixa intactos os sonhos da alma. Que delícia é a vida! Mas, como é breve. Como o último morango da cesta do Sô Pernambuco!

domingo, 8 de setembro de 2013

Poeminha da minha casa


Setembro de 2013

Novembro de 2011

Minha casa
tem quatro quartos e uma sala
espaço para abrigar
tudo que eu amo

Tem o quarto de estudos
para que sempre encontre espaços
para os sonhos de entender o mundo

Tem a sala e a lareira
espaço para acalentar
as amizades em tempos de frio
Tem dois quartos para as minhas filhas
lado a lado, compartilhados,
para que elas sempre refaçam os espaços
para encurtar as distâncias 
que a vida se encarrega de gerar

Tem um quarto de amores e descansos
para que eu possa repousar
das guerras que não procurei,
mas que invariavelmente
a vida me fez encontrar

Minha casa é tudo que tenho.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013


Aula magna na sexta-feira da semana que vem marcará, de forma festiva, o início das atividades do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física - Polo UFLA.

Marcos Assunção Pimenta, o palestrante, é professor da UFMG, coordenador do Instituto de Ciência e Tecnologia em Nanomateriais de Carbono - UFMG/INCT-CNPq. Fomos colegas na graduação e mestrado em Física na UFMG. Ele fez o doutorado na França nos anos oitenta. Nos anos noventa, quando éramos colegas no Departamento de Física da UFMG, ele realizou o seu pós-doutorado no MIT com a profa. Mildred Dresselhaus (Massachussets Institute of Technology, EUA). Desde então, em parcerias muito prolíferas, tem desenvolvido uma pesquisa de vanguarda na área de nanomariais de carbono. Ele e seu ex-aluno de doutorado, Prof. Ado Jório, receberam em 2009 o prêmio Somiya para Colaboração Internacional da União das Sociedades de Pesquisa de Materiais (IUMRS), por seu trabalho sobre materiais de carbono nanoestruturado. O trabalho do grupo ainda foi reconhecido internacionalmente em 2009, tendo o prof. Ado Jório recebido a premiação anual do International Centre for Theoretical Physics (ICTP), dado a jovens cientistas, com menos de 40 anos, em reconhececimento  contribuições marcantes e originais feitas na física e na matemática por jovens cientistas.

Marcos Pimenta se destaca ainda como excelente professor de Física, com um raciocínio conceitual e simples. Sua aula será, seguramente, um grande momento para comemorarmos o início do Mestrado em Ensino de Física na UFLA.