sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Simulações interativas de Física

PhET em Uganda - África

Simulação interativa PhET para estudo de Interferência Quântica

O prof. Noah Podolefski estará conosco na semana que vem como palestrante internacional no VIII ESUD - Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância, Ouro Preto 3-5 de outubro de 2011. Depois do evento nacional, ele vrá a Lavras-MG para o Simpósio Tendências 2011 - Inovações educacionais no ensino de Física e Matemática.

Noah é o vice-coordenador do Projeto PhET - Physics Education Technology, da Universidade do Colorado at Boulder. O projeto visa a desenvolver e avaliar a implementação de simulações interativas para o ensino de Física e diversas outras ciências.

Atraentes e cientificamente corretas, as animações do PhET reduzem a realidade aos seus conceitos fundamentais e permitem ao estudante realizar "experimentos virtuais".  Construtivismo na prática educacional!

Vale a pena conferir!

Site do PhET em português:  Click Aqui!

PS: Fotos de meus alunos ensinando Física numa escola pública da periferia de Lavras, dentro das atividades do programa PIBID-UFLA, estão disponíveis no site do PhET. Clique aqui.

domingo, 18 de setembro de 2011

Greve e qualidade de ensino


Saiu o resultado do ENEM com enorme alarde na imprensa. Um dado foi exaustivamente divulgado:

"No grupo principal, com mais de 75% de participação, o "top 100" é formado por 87 escolas particulares e 13 públicas." -  http://g1.globo.com/

Ensino público ruim, vamos privatizar. Correto?

Vamos olhar outro índice...

O Índice Geral de Cursos (http://inep.gov.br/web/guest/indice-geral-de-cursos) é uma avaliação global das universidades do País, que envolve a Graduação e a Pós-Graduação. Por definição, missão de uma Universidade.

Nenhuma Universidade privada está entre as 10 melhores do País.
Apenas 35% de universidades privadas entre as 100 melhores.
Mas, se diferenciarmos as universidade privadas em universidade confessionais/comunitárias (como as PUCs, Mackenzie, Unisinos dos Jesuítas, etc...) das universidade privadas realmente comerciais, teremos apenas duas honrosas representantes entre as top 100:  a Universidade Veiga de Almeida (68a.) e a Universidade do Grupo Positivo (73a.).

Com menos alarde na imprensa, nesta semana a justiça de Minas rasgou a Constituição do País e decretou ilegal a greve dos professores da rede pública estadual. Alegação: greve abusiva, seja lá o que o eminente (sic) desembargador Roney Oliveira, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais entenda por este conceito.


Tenho repetido em diversas oportunidades minha visão sobre o assunto: A questão da qualidade do ensino público é uma questão de salário dos professores e investimento em infraestrutura. Nos anos anos 60/70 não existiam índices. Mas, todos, que estudamos nesta época, temos na memória a avaliação de que as melhores escolas eram públicas. Colégio Estadual Central e Colégio Municipal Marconi em BH eram exemplares, para ficar em dois exemplos de casa. A deteriorização do ensino público iniciou-se em fins da década de 70. Por um lado, foram feitos esforços de universalização do acesso, por outro, a corrosão salarial esvaziou as escolas de seus melhores professores e/ou não atraiu os novos.

A Universidade de Lavras, onde eu trabalho, está classificada em terceiro lugar no País e primeira em Minas. O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa é o melhor índice do ENEM entre as escolas públicas. No interior de Minas, a demonstração de que qualidade de ensino é uma questão de investimento.

Se  governo quizer pode fazer o mesmo com a escola pública também. Mas... vai levar anos, pois teremos de atrair e motivar jovens para a licenciatura. É muito fácil destruir a qualidade do ensino. Quero ver o custo da reconstrução!

domingo, 4 de setembro de 2011

Plantando árvores

Ipê amarelo - Parque de Itapeva
Hoje a saudade de minha Mãe bateu ainda mais forte.  É que mexer na terra sempre lembra a sua alegria ao aguar as plantas... Tirei o fim de semana para me dedicar à terra. Enxadão e picareta, mudas de árvores e frutos no velho Fiat Uno pé-duro, vou eu para o Sítio Águas Claras sonhar com o amanhã. Cada cova cravada no chão duro, seco e arenoso me lembrava o sorriso dela ao lavrar o chão.

A terra aqui não é aquela terra boa, densa e prenha, das montanhas dos contrafortes do Pico da Bandeira onde ela nasceu. Pelo prado ralo, de um capim fininho que não conheço, vê-se que aquela fertilidade que tanto dava alegria a ela, pode não ser a mesma por aqui.

Solo duro, terra maltratada. Não sei reconhecer os sinais da terra como ela fazia, mas as marcas nos galhos secos mostram que a terra foi queimada há menos de um ano. No entanto, os brotos, verdinhos e tenros, mostram aquilo que sempre lhe entusiasmou:  a natureza segue seu curso, apesar de maltratada. Árvore, até quando está queimando, perfuma a terra. É esta generosidade de nosso planeta que nos encanta a todos, não é mesmo?!

Enfim trago as mudas do seu Geraldo, do viveiro do IEF. [IEF que está sendo desmontado por que, como tudo neste País, também aqui a corrupção destrói. O câncer da sociedade brasileira.] Ipês amarelos e rosas. É que, nesta terra árida do Sul de Minas, os Ipês me ensinaram uma coisa: A esperança é amarela! Verde não é esperança. É quando a chuva já iniciou a regar a terra e a vida se renova. É esperança concretizada. Os Ipês por aqui florescem, de um intenso brilho de todos os matizes, antes da chuva, quando a seca está mais causticante, quando nada indica que a natureza vai dar uma nova chance à vida. É como se a força da esperança trouxesse a flor e o fruto, contra toda a esperança! Me lembra Pedro Casaldáglia: Creio na justiça e na Esperança! Esta é a força que me impressiona hoje e sempre, e que nos move para frente.

Trago também Angico amarelo e Arueirinha como pioneiras, para adensar a mata. Jamelão, Calicarpa, Pitanga e Ameixa, para dar fruto, trazer os passarinhos, renovar a vida. E vi um enorme gavião, de 1,2 metros de envergadora, de penas brilhantes de um marrom escuro impressionante. Ele me encarou por longos cinco minutos e se foi, caçar, imponente e orgulhoso.

As covas, preencho com as minhas próprias mãos, como ela me ensinou. Quem sabe as minhas mãos também são quentes e boas para a terra, como foram as dela.

Semana que vem, venho com frutas para o pomar. Jaboticaba e Carambola, para lembrar do quintal de nossa casa, Mexerica Poncã e Laranja Serra D´Agua. Vou trazer também a Cana Caiana, para retirar garapa, ou simplesmente descascar os gomos, trincar as taliscas e sorver o caldo, sentado na varanda ao pôr do Sol.

Como disse a Miriam em sua coluna ontem, o tempo é muito breve. Sim, muito breve para todos os nossos sonhos e para a infinitude da vida!

Jamelão

 Calicarpa

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O enterro do neoliberalismo



Jonathan Auerbach, da Auerbach Grayson & Co., conhecido pelas suas posições contra  a regulamentação da economia pelo estado, em entrevista hoje (30/08) na Bloomberg TV reconheceu:


"The developing countries does not have the banking problem that is impacting the developed world finances. Gold will decisively move higher."

Há um consenso de que a Neoliberalismo do fim do século passado  deixou as economias dos países desenvolvidos vulneráveis à especulação. Este fato está consolidado num relatório do Banco Mundial:

"There is now a near consensus that the current financial and economic crisis is the result of regulatory failure. In the words of the influential Growth Commission (2010, p. 3), housed in the World Bank, “The crisis delegitimized an influential school of thought, which held that many financial markets could be left to their own devices, because the self interest of participants would limit the risks they took.”.

http://www.voxeu.org/index.php?q=node/4661

Estamos assistindo ao finalzinho do enterro do que ficou conhecido como neoliberalismo! A crise de orçamento dos EUA é a pá de cal.