terça-feira, 23 de agosto de 2011

Greves dos professores

Charge de autoria desconhecida, acessada em http://migre.me/5xIA6

Professores da rede estadual em Minas estão em greve há 74 dias. Prejuízo para a vida dos estudantes que agora pretendem uma estapafúrdia ação na justiça para adiar o ENEM.

Os representantes de pais e alunos receberam da Secretária, ex-reitora da UFMG, Ana Lúcia Gazolla, a promessa de que "não há possibilidade de perda do ano letivo".  (SIC)

É assim como se numa greve dos metalúrgicos, carros deixassem de ser fabricados, e se entrasse na justiça com ação para rebobinar o tempo.

Desde minha participação em greves na UFMG na década de 90 - onde era reitora a própria Gazolla e ficamos 4 meses de greve -, nunca entendi como os sindicatos dos professores aceitam a cláusula de reposição de aula. Já dizia Cazuza, "o tempo não para".

Enquanto a greve de professor for "com reposição" nunca será levada a sério. Nem pelos políticos, nem pelos pais, nem pelos alunos. Este é o círculo vicioso. O governo - aqui não há nenhuma diferença entre o PSDB de Anastasia, Aécio e FHC, ou o PT de Lula e Dilma - trata a questão salarial dos professores como assunto a adiar.

Amanhã faremos a paralização das Universidades Federais.

Aos meus alunos, infelizmente, já está claro:  é paralização, não é feriado. Sem reposição!

PS.: 87% dos ajustes salariais negociados este ano foram acima da inflação. O governo Dilma propõe 4% para as Universidades e Institutos Federais, após todos os anos de arrocho salarial da era Lula. Inaceitável. A proposta do governo só melhora um pouco por propor acabar com algo impensável em um País sério: incorporar as gratificações inventadas pelo PSDB de Fernando Henrique Cardoso. Elas são inconstitucionais e ferem o mais elementar dos direitos trabalhistas: gratificação para dar aula, atividade fim da contratação de professores. Mas perduraram durante todo o governo Lula/Haddad, o que demonstra que o PT é tão insensível à questão da Educação quanto o PSDB.
 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pianista Simone Leitão em recital

Minha irmã caçulinha, em turnê com 8 recitais pelo Brasil.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Blender na arquitetura




WakYak - Architectural visualization from Erik Jansson on Vimeo.

Fantástico o trabalho deste sueco, Erik Jansson, realizado num estágio no Japão. Blender forever!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

E se a crise não for passageira?



Comentando Leonardo Boff, outro dia escrevi aqui sobre o fim do Capitalismo.

Dämmerung:  o fim do Capitalismo

Hoje, encontrei este #tt da Yale Climate Project @

What if the debt crisis in Europe and the U.S., and the general economic unease is the product not of ignorance, ideology, or ineptitude? What if, instead, the crisis of credibility within so many of our social and political institutions is the product of a broader failure to acknowledge that the pursuit of growth at any cost has been a short-term success but has sown the seeds of a longer-term failure?

Inacreditável que esta seja a mesma pergunta que Leonardo Boff vem se fazendo.

 Olha seu twitter de hoje:

"Estimo que a atual crise refuta a idéia de que somos destinados a progredir infinitamente.Uma Terra finita não aguenta um projeto infinito."
E se a crise for sinal realmente de uma falência do modelo de "crescimento a todo custo"? E se com os atuais 7 bilhões de seres humanos já extrapolamos a capacidade de renovação sustentável do planeta?

Hoje, meses depois deste post, leio a entrevista de André Lara Resende (O Globo) em que ele afirma que a capacidade de continuar a crescer ... esbarra nos limites físicos do planeta."



Creio que, a longo prazo, não é o problema da energia renovável que teremos de enfrentar. Teremos de encarar o fato de que o Planeta é finito!

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PS.:  Dämmerung é uma palavra alemã que sempre me deu medo, pela sua sonoridade fantasmagórica. "Däm" pronuncia-se "dêm". O restante é como em português. Significa Crepúsculo, mas dá um frio na barriga...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Quem precisa de ciência?


Acabo de ouvir Paul Nurse, Prêmio Nobel de Medicina em 2001 pelo seu trabalho de pesquisa em Dinâmica Celular,  dando uma entrevista na TV Bloomberg. Algumas idéias interessantes do bate-papo:

A necessidade de fomentar a cultura científica de um povo para que as decisões democráticas no País não sejam distorcidas pela ignorância.

A crítica ao falso dilema de investir em Ciência Básica ou Tecnologia Aplicada: Nurse defende a necessidade de investimento em "todo o espectro da pesquisa científica e tecnológica".

O paralelo entre o trabalho do cientista e do artista: a imperiosa necessidade de liberdade para fomentar a criatividade em ambos os casos.

A necessidade do encontro entre o Capital Intelectual e o Capital Financeiro para fomentar a inovação sustentável.

A necessidade de fomentar os grandes centros acadêmicos para construir a base para a inovação tecnológica.

Confesso que fiquei assustado: temos gerações e gerações de cérebros sendo desperdiçados no Brasil e estamos infinitamente longe de tudo isto que Nurse destacou.