Nas eleições deste
ano para a reitoria da UFLA, temos duas concepções diferentes de
educação. A análise dos planos de trabalho propostos nos dá a oportunidade de identificar o que se entende por educação, ensino,
licenciatura.
Na leitura das
propostas da chapa de reeleição, alguns fatos preliminares
chamam a atenção. Inicialmente,
destaca-se que, à questão do ensino na Universidade, são dedicadas
apenas 6 páginas, enquanto que a discussão sobre infra-estrutura e
ações ditas estratégicas representam 19 páginas. Aparentemente,
acredita-se que uma universidade se constrói com tijolos e não com
a qualidade de ensino.
A palavra
“licenciatura” aparece apenas uma vez, na página 18, e merece
uma análise.
“19. Elaborar e
desenvolver programas que busquem a integração das licenciaturas,
com a agricultura, com a nutrição, com as práticas esportivas, com
a saúde preventiva, que permitam a inclusão social dos estudantes
de escolas públicas municipais e estaduais e que estes possam
vislumbrar a oportunidade de se inserirem em uma Universidade;”
Destaca-se no texto:
“integração ... com a agricultura”. O que isto exatamente quer
dizer é uma incógnita. Seria uma licenciatura agrária? Uma nova
modalidade de licenciatura? Essa proposta foi discutida com algum dos
colegiados de licenciatura na instituição? Evidente que não. A
proposta representa uma visão institucional ultrapassada de que a
UFLA é unicamente uma escola agrária. Um enorme erro de concepção
de universidade e uma proposta de manutenção conservadora de poder
de um grupo que não possui uma visão acadêmica de UNIversidade.
Pesquisa e extensão
podem ser realizadas por instituições de pesquisa. Ensino é uma
função precípua da universidade. A pesquisa na universidade, antes
de ser uma busca por inovação, deve proporcionar um ensino de
qualidade, um ensino na fronteira do conhecimento.
Acreditamos que
#aUFLAémaior do que esta visão reducionista de Universidade.
A desvalorização
das licenciaturas é uma distorção grave na UFLA. Ao desvalorizar
as questões relacionadas ao ensino e às licenciaturas, a
universidade desvaloriza sua própria missão que é, antes de tudo,
uma função educacional.
A desvalorização
das licenciaturas é uma proposta de exclusão social. Programas como
o PIBID são formas hoje de política pública de formação docente
com enorme impacto nas escolas públicas. Dentro de 6 anos, 40% dos
professores do ensino fundamental estarão em período de se
aposentar. Portanto, a questão da formação de professores é uma
tarefa urgente da Universidade, que não é levada a sério pela
atual administração.
Na proposta de Francisval e Chacrinha, a questão do respeito aos colegiados e aos departamentos, a descentralização são pontos que têm importantes desdobramentos para a qualidade de ensino. A opção por uma política de redução do número de alunos por turma, foco na ambiência das salas de aula, são propostas concretas que têm como objetivo a melhoria do ensino. Isto somado a uma reestruturação da DADP, com a criação de coordenadorias de Apoio Psico-Pedagógico e Didático-pedagógico, são pontos que reforçam o compromisso de Francisval e Chacrinha com as licenciaturas e com o ensino.
Além das questões
fundamentais de ética, transparência e da estatuinte para repensar
a estrutura organizacional e processo de decisões da UFLA, esta é
mais uma razão para votar Francisval e Chacrinha!