quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Ensino e educação – os caminhos para a UFLA




Nas eleições deste ano para a reitoria da UFLA, temos duas concepções diferentes de educação. A análise dos planos de trabalho propostos nos dá a oportunidade de identificar o que se entende por educação, ensino, licenciatura.

Na leitura das propostas da chapa de reeleição, alguns fatos preliminares chamam a atenção. Inicialmente, destaca-se que, à questão do ensino na Universidade, são dedicadas apenas 6 páginas, enquanto que a discussão sobre infra-estrutura e ações ditas estratégicas representam 19 páginas. Aparentemente, acredita-se que uma universidade se constrói com tijolos e não com a qualidade de ensino.

A palavra “licenciatura” aparece apenas uma vez, na página 18, e merece uma análise.

“19. Elaborar e desenvolver programas que busquem a integração das licenciaturas, com a agricultura, com a nutrição, com as práticas esportivas, com a saúde preventiva, que permitam a inclusão social dos estudantes de escolas públicas municipais e estaduais e que estes possam vislumbrar a oportunidade de se inserirem em uma Universidade;”

Destaca-se no texto: “integração ... com a agricultura”. O que isto exatamente quer dizer é uma incógnita. Seria uma licenciatura agrária? Uma nova modalidade de licenciatura? Essa proposta foi discutida com algum dos colegiados de licenciatura na instituição? Evidente que não. A proposta representa uma visão institucional ultrapassada de que a UFLA é unicamente uma escola agrária. Um enorme erro de concepção de universidade e uma proposta de manutenção conservadora de poder de um grupo que não possui uma visão acadêmica de UNIversidade.

Pesquisa e extensão podem ser realizadas por instituições de pesquisa. Ensino é uma função precípua da universidade. A pesquisa na universidade, antes de ser uma busca por inovação, deve proporcionar um ensino de qualidade, um ensino na fronteira do conhecimento.
Acreditamos que #aUFLAémaior do que esta visão reducionista de Universidade.

A desvalorização das licenciaturas é uma distorção grave na UFLA. Ao desvalorizar as questões relacionadas ao ensino e às licenciaturas, a universidade desvaloriza sua própria missão que é, antes de tudo, uma função educacional.

A desvalorização das licenciaturas é uma proposta de exclusão social. Programas como o PIBID são formas hoje de política pública de formação docente com enorme impacto nas escolas públicas. Dentro de 6 anos, 40% dos professores do ensino fundamental estarão em período de se aposentar. Portanto, a questão da formação de professores é uma tarefa urgente da Universidade, que não é levada a sério pela atual administração.

Na proposta de Francisval e Chacrinha, a questão do respeito aos colegiados e aos departamentos, a descentralização são pontos que têm importantes desdobramentos para a qualidade de ensino. A opção por uma política de redução do número de alunos por turma, foco na ambiência das salas de aula, são propostas concretas que têm como objetivo a melhoria do ensino. Isto somado a uma reestruturação da DADP, com a criação de coordenadorias de Apoio Psico-Pedagógico e Didático-pedagógico, são pontos que reforçam o compromisso de Francisval e Chacrinha com as licenciaturas e com o ensino. 

Além das questões fundamentais de ética, transparência e da estatuinte para repensar a estrutura organizacional e processo de decisões da UFLA, esta é mais uma razão para votar Francisval e Chacrinha!