quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Noite de Paz

Inverno na Lapônia, foto de Rebeca Leitão, 2015.

Os Meninos Cantores de Viena:  Heilige Nacht

"Noite de Paz, noite de Amor..."
a tradução para o português de uma
das mais conhecidas canções de natal alemãs,
refletem a necessidade de transposição cultural.
Por razões poéticas e culturais, a tradução evangélica optou por
"Noite de Paz, Noite de Amor", ou "Noite Feliz".

Hoje sabemos exatamente quando a canção foi criada.
Publicada como uma poesia em 1816, por um desconhecido
auxiliar de padre Joseph Mohr (1792–1848) , foi transformada em música
pelo organista da Igreja de São Nicolau, em Oberndorf, província de Salzburg, Áustria, em 1818, Franz Xaver Gruber (1787–1863).
Na noite de Natal de 1818, esta pequena aldeia que hoje tem 5.438 moradores, presenciou pela primeira vez  a apresentação desta linda canção de Natal.

Em sua penúltima estrofe, a mais contundente expressão do significado do Natal. A tradução fiel do original alemão seria assim:

"Noite calma, noite santa,
onde hoje todo o poder do
amor paterno nos foi derramado,
e Jesus, como um irmão,
graciosamente abraçou,
a todos os povos do mundo!

O ato de amor em que Jesus "abraça como irmãos" a "todos os povos do Mundo", se concretiza com o seu nascimento. Reafirmar esta dimensão do cristianismo hoje, com ênfase em "todos os povos" é um desafio e uma necessidade. Em uma época de respeito à diversidade, nunca é demais lembrar que a diversidade começa quando cada um tem o direito de ser o que é.
Assim, daquilo que faz parte da minha fé, gostaria de compartilhar com todos meus amigos e familiares a canção que mais me toca no Natal.

Feliz Natal a tod@s!!

____________________________________________
Texto original encontra-se em:
https://de.wikipedia.org/wiki/Stille_Nacht,_heilige_Nacht


Stille Nacht, heilige Nacht

Stille Nacht, heilige Nacht,
alles schläft, einsam wacht
nur das traute, hochheilige Paar.
Holder Knabe im lockigen Haar,
schlaf' in Himmlischer Ruh',
schlaf' in himmlischer Ruh'!

Stille Nacht, heilige Nacht,
Hirten erst gutgemacht!
Durch der Engel Halleluja
tönt es laut von fern und nah:
Christ, der Retter, ist da!
Christ, der Retter, ist da!

Stille Nacht, heilige Nacht!
Gottes Sohn, o wie lacht
Lieb' aus deinem göttlichen Mund,
da uns schlägt die rettende Stund',
Christ, in deiner Geburt!
Christ, in deiner Geburt!

Stille Nacht, heilige Nacht,
die der Welt Heil gebracht,
Aus des Himmels goldenen Höh'n,
uns der Gnaden Fülle läßt seh'n,
Jesum in Menschengestalt!
Jesum in Menschengestalt!

Stille Nacht, heilige Nacht,
wo sich heut' alle Macht
väterlicher Liebe ergoß,
und als Bruder huldvoll umschloß,
Jesus die Völker der Welt!
Jesus die Völker der Welt!

Stille Nacht, heilige Nacht,
lange schon uns bedacht,
als der Herr vom Grimme befreit,
in der Väter urgrauer Zeit
aller Welt Schonung verhieß!
Aller Welt Schonung verhieß!


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Ensino e educação – os caminhos para a UFLA




Nas eleições deste ano para a reitoria da UFLA, temos duas concepções diferentes de educação. A análise dos planos de trabalho propostos nos dá a oportunidade de identificar o que se entende por educação, ensino, licenciatura.

Na leitura das propostas da chapa de reeleição, alguns fatos preliminares chamam a atenção. Inicialmente, destaca-se que, à questão do ensino na Universidade, são dedicadas apenas 6 páginas, enquanto que a discussão sobre infra-estrutura e ações ditas estratégicas representam 19 páginas. Aparentemente, acredita-se que uma universidade se constrói com tijolos e não com a qualidade de ensino.

A palavra “licenciatura” aparece apenas uma vez, na página 18, e merece uma análise.

“19. Elaborar e desenvolver programas que busquem a integração das licenciaturas, com a agricultura, com a nutrição, com as práticas esportivas, com a saúde preventiva, que permitam a inclusão social dos estudantes de escolas públicas municipais e estaduais e que estes possam vislumbrar a oportunidade de se inserirem em uma Universidade;”

Destaca-se no texto: “integração ... com a agricultura”. O que isto exatamente quer dizer é uma incógnita. Seria uma licenciatura agrária? Uma nova modalidade de licenciatura? Essa proposta foi discutida com algum dos colegiados de licenciatura na instituição? Evidente que não. A proposta representa uma visão institucional ultrapassada de que a UFLA é unicamente uma escola agrária. Um enorme erro de concepção de universidade e uma proposta de manutenção conservadora de poder de um grupo que não possui uma visão acadêmica de UNIversidade.

Pesquisa e extensão podem ser realizadas por instituições de pesquisa. Ensino é uma função precípua da universidade. A pesquisa na universidade, antes de ser uma busca por inovação, deve proporcionar um ensino de qualidade, um ensino na fronteira do conhecimento.
Acreditamos que #aUFLAémaior do que esta visão reducionista de Universidade.

A desvalorização das licenciaturas é uma distorção grave na UFLA. Ao desvalorizar as questões relacionadas ao ensino e às licenciaturas, a universidade desvaloriza sua própria missão que é, antes de tudo, uma função educacional.

A desvalorização das licenciaturas é uma proposta de exclusão social. Programas como o PIBID são formas hoje de política pública de formação docente com enorme impacto nas escolas públicas. Dentro de 6 anos, 40% dos professores do ensino fundamental estarão em período de se aposentar. Portanto, a questão da formação de professores é uma tarefa urgente da Universidade, que não é levada a sério pela atual administração.

Na proposta de Francisval e Chacrinha, a questão do respeito aos colegiados e aos departamentos, a descentralização são pontos que têm importantes desdobramentos para a qualidade de ensino. A opção por uma política de redução do número de alunos por turma, foco na ambiência das salas de aula, são propostas concretas que têm como objetivo a melhoria do ensino. Isto somado a uma reestruturação da DADP, com a criação de coordenadorias de Apoio Psico-Pedagógico e Didático-pedagógico, são pontos que reforçam o compromisso de Francisval e Chacrinha com as licenciaturas e com o ensino. 

Além das questões fundamentais de ética, transparência e da estatuinte para repensar a estrutura organizacional e processo de decisões da UFLA, esta é mais uma razão para votar Francisval e Chacrinha!

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Companheiro...



Companheiro,


tenho saudades de um tempo em que éramos amigos,
em que éramos felizes, em que a vida era lúdica
e plena de possibilidades.

Tenho saudades do tempo em que sonhávamos com a
construção da verdade, com a justiça social,
com a abolição de tudo aquilo que nos oprimia.
Sonhávamos com a derrocada da ditadura militar,
com a vitória sobre  a alienação, sobre a corrupção e o cinismo de Maluf,
a experteza de Toninho Malvadeza, a calhordice de Abi-Ackel, a ignorância de Fiqueiredo e a brutalidade de Garastazú Médici.

Quando, na luta de todos estes anos, perdemos nossa capacidade de sonhar?
Quando foi que passamos a ser condescentes com a corrupção, passamos
a relativizar nossos valores sagrados, valores que aprendemos com nossos pais?
Quando foi que tomamos o partido da mentira e da safadeza
e passamos a rir dos que, como nós um dia, hoje sonham com
a construção da verdade, com a justiça, com a derrubada dos que hoje, no poder, nos traíram e usam o poder para oprimir e se enriquecer?

Quando foi que nossa visão se embotou e nos tornou tão difícil
enxergar a sutil diferença entre a luta por um ideal e o
guerrear pelo poder?

Querido companheiro, quando foi mesmo que nos tornamos cínicos?

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Aylan Kurdi


As ondas calmas da praia de Bodrum, Turquia.
Um menino de três anos morto na areia.
Um soldado da Guarda Nacional turca toma o corpo inerte nos
braços e caminha horrorizado.

O menino tinha um nome: Aylan Kurdi.
Hoje, o maior símbolo de uma primavera Árabe
que se transforma no mais rigoroso inverno.

Para espanto dos ridículos intelectuais brasileiros, que teimam
em culpar o Estado Judeu por todas as misérias do Oriente Médio,
ele foi vítima de uma sangrenta Guerra Civil interna da Síria,
que já dura cinco anos.

A primavera Árabe foi sangrentamente sufocada em TODOS os países Árabes.
Na Síria, os protestos populares iniciados em janeiro de 2011, terminaram com
uma revolta armada infrutífera em março do mesmo ano.
O ditador  Bashar al-Assad se mantem no poder, mas controla menos
de 30% do território. Mais da metade do interior do País  está sobre
o domínio dos terroristas do Estado Islâmico.

A família Kurdi saiu de Kobane, Aleppo, no norte da Syria, na fronteira com a Turquia, onde os Curdos combatem o Estado Islâmico.
Solicitou asilo no Canadá e teve o pedido negado. Partiram por terra, na costa Síria tomaram um barco pequeno e superlotado. Segundo o pai, o barco virou próximo a Bodrum quando todos se levantaram ao mesmo tempo.
Queriam chegar a Kos, Grécia, para entrar no imenso corredor de imigração para a Europa. Poderiam ter chegado a Bodrum por terra, travessando a Turquia pela rota D300. 1.390 Km.

Hoje, o mundo de luto se pergunta, até quando?

Até guando, Alah!                                                                              متى، الله

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

CARTA ABERTA ao jornalista Carlos Sardenberg


Prezado Sardenberg

em que pese a grande admiração que tenho por você, causou-me estranheza o tom agressivo, irreverente e desrespeitoso de sua opinião (link aqui) sobre a greve dos professores das Universidades Federais. Seja pela imagem do dinheiro exposto, seja pelo tom, seja pelo "Uma desgraça" ao final.

Tendo realizado meu doutorado na Alemanha, em alemão, posso dizer que conheço, muito mais do que o seu jovem estudante de jornalismo, a realidade da Universidade, lá na Europa e aqui no Brasil. Sua menção à realidade européia é bem superficial, mas interessante. Recebi oferta de emprego para trabalhar em uma Universidade alemã, mas, em plena época da hiperinflação, preferi voltar para o Brasil para dar a minha contribuição para o País. E a realidade que eu deixei para trás é a realidade de uma Universidade que dá plenas condições a que um professor pesquisador possa realizar, com qualidade, as suas atividades de ensino e pesquisa. Uma situação bem distante da realidade que temos por aqui.

Assusta-me, em seu comentário, o nível de desinformação que não pode ser aceito em um jornalista com a sua competência e trajetória de trabalho.

Ao contrário do que você afirma, não é verdade que ocorram greves nas Universidade todos os anos. Você está se confundindo com a realidade da Universidade há vinte anos atrás? Nos últimos dez anos só tivemos a greve que ocorreu em 2012, a maior greve jamais realizada nas Universidades Federais, em que quase a totalidade das Universidades parou por mais de quatro meses. Na sua visão, tanto quanto na minha, é um absurdo esse tempo de paralisação. Entretanto, a aplicação mínima dos procedimentos do jornalismo poderiam lhe mostrar as razões desse absurdo. À época, o ministro Aloízio Mercadante se recusou sistematicamente a receber os representantes das Universidades. De forma aleivosa, como tem sido a sistemática do Partido dos Trabalhadores no poder, articulou um sindicato pelego que representava apenas quatro Universidades, para assinar uma proposta salarial que sequer repunha as perdas salariais ocorridas nos cinco anos de sua aplicação. Essa forma draconiana de conversar com a Universidade, do então ministro Mercadante, está na raiz do atual movimento.

No seu texto, você erra novamente ao afirmar que “os esquemas de reposição de aulas são mais do que precários, do tipo três meses em um”. Isso é uma mentira, Sardenberg. Sou membro do Conselho Universitário de minha Universidade e posso afirmar que não se trata com essa leviandade o currículo e a Educação em nossas Universidades Federais. Se o prezado jornalista se der ao trabalho de verificar, a reposição da longa greve de 2012 só foi concluída, em minha Universidade, neste ano. Todo o calendário foi cumprido em sua totalidade. Ficamos sem férias regulares em janeiro e fevereiro desde o ano de 2012. Desconheço qualquer Universidade em que o calendário não tenha sido reposto integralmente. É preciso se inteirar dos fatos antes de comentá-los.

A defasagem salarial dos últimos seis anos aponta para uma perda salarial em torno de 20%. Não é possível ser tão inocente e insensível a ponto de não prever uma reação a essa situação de arrocho salarial (este é o nome correto da política que o Partido dos Trabalhadores tem impingido à Universidade).

Prezado Sardenberg, o atual ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, tem seguido a mesma política de intolerância de seu antecessor e cabe ao jornalista investigar e verificar qual afirmação é verdadeira. A abertura ao diálogo seria a primeira providência, a fim de se evitar o prejuízo aos cofres públicos que tanto lhe atormenta e atormenta também a todos nós. Entretanto, quem causa esse desperdício é o governo, ao não sinalizar com uma política salarial que minimamente atenda à realidade de uma inflação de dois dígitos. Em especial, tendo em vista que o Ministro teima em propor um aumento escalonado com validade para quatro anos. Caro Sardenberg, como prever o que será a evolução da economia nos próximos quatro anos? Como aceitar um acordo de longo prazo no atual cenário de incerteza?

Finalmente, prezado Sardenberg, eu o desafio a provar que a universidade pública brasileira é mais onerosa ao estado do que a universidade europeia. Mas manuseie os dados de forma honesta. Um professor em cargo C4 (C-Vier), em uma universidade pública alemã, possui um salário honesto, uma secretária, pelo menos um técnico de laboratório, quatro a cinco colaboradores doutores, contratados sob sua designação e responsabilidade. Em geral, estes colaboradores desempenham atividades docentes, o que, se não for corretamente contabilizado, pode gerar uma falsa distorsão na comparação da relação número de docente por discente entre a universidade alemã e a brasileira. Possuem ainda uma infraestrutura de espaço físico aproximado de 360 m² de laboratórios por docente, biblioteca, infra-estrutura de comunicação e computação, uma política coerente de financiamento de equipamentos e infra-estrutura de pesquisa, bem como de financiamento de participação em congressos.

Caro Sardenberg, em duas coisas estamos plenamente de acordo.

Primeiramente, concordo com você de que está em curso a destruição das Universidades Federais, como se deu a destruição da escola pública da educação básica nos anos oitenta. O aumento das vagas no período do governo Lula se deu, parcialmente, em função do aumento do número de horas/aula e da precarização do trabalho docente na universidade pública brasileira. A Universidade Aberta do Brasil – UAB, instrumento indispensável à inclusão social pela oferta de curso superior em pequenas cidades, foi inviabilizada pelos cortes sem critério do atual governo.

Em segundo lugar, concordo que a melhoria na Educação no País não é prioridade deste governo, mas, infelizmente, ao que parece, também não o é para uma grande parte da imprensa nacional.

Por favor, não faça parte dos que estão destruindo esta universidade.


____________________

PS: Infelizmente o site do jornalista Carlos Sardenberg não permite o diálogo e o debate. Compreensível. Entretanto, a publicação de críticas honestas e a réplica por parte do jornalista seria um bom começo para promover o debate.

Assim, publico aqui a resposta do Carlos Sardenberg à minha Carta Aberta.

"Temos informações bem diferentes
O senhor não imagina a quantidade de e-mails de colegas seus , ilustres colegas, incluindo ex-reitores, que disseram que a minha coluna é a expressão exata do que ocorre. 
Talvez sua universidade seja uma rara e honrosa exceção . 
O senhor é professor em qual carreira? 
É titular?
Abraços 
Sardenberg " 

Minha crítica a esta carta-resposta é:

1) Não respondeu uma palavra sobre a acusação de estar mentindo sobre a frequência das greves. Talvez o Sardenberg confunda greve de professores das redes estaduais de Minas, da Bahia, do Parané com greve das federais. Ou talvez ele tenha construído seu preconceito na década de 90 e não esteja atualizado. Uma falta grave para um jornalista que deve se inteirar dos fatos diariamente.

2) Alega que a minha Universidade "talvez" seja exceção, mas não menciona os casos específicos, nem mostra os números que o levaram à afirmar que a reposição de aulas não é realizada de forma responsável pelas Universidades. Assim, continuo afirmando que sua afirmação sobre o tema é leviana.

3) Eu o desafiei a provar que a universidade pública brasileira é cara em comparação com universidades européias. Continuo aguardando os dados do jornalista. Enqanto eles não chegam, reafirmo que é mais uma afirmação leviana e sem base factual, expressando apenas o preconceito do jornalista a respeito da questão que ele se dispôs a discutir!




sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Para minha filha, Miltonálias



Sim, minha filha
é preciso ter força
é preciso ter raça
é preciso ter gana sempre
você, que traz no corpo a marca
e mistura a dor e a alegria

Sim, minha filha,
é preciso ter manha
é preciso ter graça
é preciso ter sonho sempre
trazendo na pele essa marca,
possuimos essa estranha mania
de ter fé na vida.

Agora, não se pergunte mais aonde vai a estrada
deixe apenas a sua luz brilhar e seja bem tranquila
deixe o seu amor crescer e seja muito tranquila
brilhar, brilhar, acontecer, brilhar, faca bem amolada

Plante o trigo e refaça o pão de todo dia
beba o vinho e renasça na luz de todo dia
a fé, a fé, paixão e fé, a fé, faca amolada

Até que a noite brilhe,
em seu coração de estudante,
cuide da vida
cuide do mundo
tome conta da amizade
alegria e muito sonho
espalhados pelo seu caminho
verdes, planta e sentimento
folhas, coração
juventude e fé.

______________
Músicas:


Maria, Maria :               http://letras.mus.br/milton-nascimento/47431/



_________________

PS.: Für meine Deutschen Freunde, eine Übersetzungsversuch:


Für meine Tochter, eine "Miltonálias"*

Ja, Töchterchen
Es braucht Kraft
Wir müssen starke Willen haben
Wir müssen immer Begierde haben
Du bringst die Marke in deiner Körper,
eine Mischung von Schmerz und Freude

Ja, meine Töchterchen,
Es muß eine gewisse Geschicklichkeit haben,
Es muß Anmut und Schönheit  haben,
Es muß immer wieder davon geträumet werden.
Als wir dieser Kennzeichen im Haut tragen,
haben Wir diese seltsame Verrücktheit,
den Glauben an das Leben zu halten.

Nun, Wir werden sonst nicht mehr fragen, wohin die Straße lang geht.
Nur lasse euer Licht leuchten und sei sehr ruhig
Lasse Ihre Liebe wachsen und sei sehr ruhig
Shine, shine, geschehen, glänzend, gut geschärfte Messer

Pflanze Weizen und mache das Brot jeden Tag
Trinke den Wein und vor dem Hintergrund eines Tagesmorgen, feiere deine Wiedergeburt.
Glaube, Glauben, Leidenschaft und Glaube, Glaube, gut geschärfte Messer

Bis, daß in die Nacht die Licht leuchtet.
Ein Herz von Studenteninnen
Pflege das Lebens
Pflege die Welt
Berücksichtigt die Freundschaft
Freude und Traum
Breitete seine eigene Art und Weise
Grüne, Pflanze und Gefühl
Blätter, Herzen
Jugend und Glauben.

_____________________
* "Miltonálias" = nach Milton Nascimento,
der größter Sänger Brasiliens aller Zeiten.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Há dez anos... o Muriqui Linux no Distrowatch

A versão 1.4 da distro com a linda esfera 3D no papel de parede. Projeto gráfico desenvolvido  como objeto 3D com refração utilizando o Blender.


O sonho acabou, mas, como o amor, foi eterno enquanto durou!

Há dez anos nascia o Muriqui Linux.

Revolucionário em a sua interface de instalação gráfica, o Muriqui Linux foi fruto de uma decisão, nascida seis anos antes, de ter um curso de Ciência da Computação que formasse estudantes com uma formação crítica perante a camisa de força do Software proprietário e, ao mesmo tempo, criativo em busca de novas soluções e alternativas tecnológicas.



Na Distrowatch em 2005 (link)


O computador popular foi um projeto encomendado pelo Ministério das Comunicações à UFMG em 2004. A ideia era simples: terminais sem HD e com baixo processamento, com um servidor mais poderoso em um telecentro com 10 - 20 desktops. Logo após o Workshop de apresentação do projeto na Reitoria da UFMG, em dois meses, já tínhamos, em Caratinga, o primeiro laboratório, com esta filosofia, em uso no ambiente educacional. Este foi o impulso para o desenvolvimento do Muriqui Linux que, em sua versão servidor, instalava o servidor central de boot remoto para estações sem disco - Diskless Remote Boot on Linux (DRBL). Posteriormente, passamos a utilizar o LTSP (Light Terminal Server Project), do desenvolvedor Jim McQuillan, a quem conheci em 2005 em Porto Alegre durante o 6o. FISL. Na versão Muriqui, o ambiente de processamento de texto ocorria no servidor, outros aplicativos mais leves no cliente.  Atualmente, diversas distribuições fornecem suporte a essa solução. O pacote LTSP faz parte do repositório oficial de Debian e Ubuntu, além das distros derivadas Edubuntu (Ubuntu), K12LTSP (CentOS) e Skolelinux (Debian) e KIWI-LTSP (SUSE).

Uma história, muitos personagens!

João Fernando (criador e editor da Revista Espírito Livre), Renato Araújo e André -então estudantes do curso de Ciência da Computação da Faculdades Integradas de Caratinga- nos procuraram em 1998. Queriam experimentar o Linux e gostariam do apoio da instituição. Estações de trabalho para testes foram disponibilizadas e tudo começou. Em 1999 toda a infraestrutura de laboratórios e conexão da instituição foi implementada em Linux. Os alunos participaram da instalação do primeiro servidor, pelo João Paulo, da Microhard. Todos os outros servidores foram implementados com recursos humanos desenvolvidos pelo projeto na própria instituição. Dos alunos que acompanharam a instalação, todos posteriormente se tornaram tutores que alavancaram a absorção da tecnologia na instituição.

Nos anos seguintes, muitos se juntaram ao projeto e se tornaram os desenvolvedores da distro Muriqui Linux, lançada em janeiro de 2005, em Teófilo Otoni. Na  coordenação de desenvolvimento a Gicele, o Rômulo (trágicamente falecido em um acidente de automóvel na "rodovia da morte - BR 381") e o Reinaldo Moreira; o Raphael Valente nas artes; a Raquel Borsari no marketing. O FISL de 2005 marcou o lançamento nacional do projeto, que viria a ser adotado pelo Ministério da Educação como distro básica do projeto ProJovem naquele ano. Foi instalado em 32.000 máquinas, o primeiro Linux Educacional do MEC!

No desenvolvimento da versão 1.4 chegaram os brilhantes "meninos" Jacson Rodrigues (Jeiks hoje professor na UFES) e Ronoaldo. O brilhantismo de Ronoaldo podia ser atestado pelo apelido: Harry Potter. Sob a batuta dos "magos", Jeiks e Harry, nasciam os descendentes: ProLinux e VixLinux. Esta fase, já na Flux, com o Jacson Tiola deslanchando o CMS Plone, bem à frente de seu tempo.

O projeto Muriqui Linux perdeu sustentabilidade quando os seus principais desenvolvedores foram contratados pelo governo federal, em Brasília, para a implantação do projeto de Software Livre na administração pública federal, a partir de 2003.

Hoje, das 27 distros que já existiram, apenas duas distros linux brasileiras estão ativas. Os ideais do Muriqui Linux, o sonho de uma distro Debian, para iniciantes, de fácil instalação, se concretizou depois com o Ubuntu!

O Muriqui Linux morreu, mas os ideais vivem no Ubuntu!

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Meias verdades, mentiras deslavadas


No desespero do marketing político do PT, para iludir a opinião pública,
há diversos argumentos que não se sustentam, mas são repetidos
à exaustão. Em geral, os argumentos promovem a alienação política,
como se colocar a cabeça dentro do buraco afastasse o perigo.
Vamos a alguns.

1) "Nunca se investigou tanto como no governo Dilma".

Vamos começar pelo argumento mais ridículo.
Inicialmente, por que a investigação não é mérito do governo, mas
da Polícia Federal, do judiciário, do Ministério Público.
E depois, por que os presos e condenados, tanto no mensalão
quanto no escândalo da Petrobras, são do governo Lula e Dilma.

2) "O Juiz Moro não é isento, pois sua mulher foi assessora do PSDB".

O juiz reage a solicitações da Polícia e do Ministério Público.
A prisão de Vaccari, por exemplo, foi solicitada pela força tarefa do
Ministério Público. O juiz solicitou mais informações e somente depois da análise tomou a deliberação. A tentativa de questionar o juiz é uma
tentativa de invalidar a autoridade do judiciário.

Para casos de decisões suspeitas de juízes existe no Brasil uma coisa
chamada segunda instância. Os desembargadores estão
sistematicamente confirmando as decisões de primeira instância. 
A prisão de Vaccari, por exemplo, foi confirmada ontem
pelo tribunal federal TRF4 em Porto Alegre.

Assim, ou a mulher de Moro tem muitos amantes,
ou o PT terá de achar mulheres suspeitas
na Polícia Federal, no TRF, no Ministério Público,
no Supremo...

3) "Todos os partidos são corruptos, por que apenas o PT é investigado?"

Aqui se trata do "processo de justificação do corrupto perante
o tribunal de sua consciência". A frase correta seria: "Todos os partidos são investigados, por que será que somente o PT é condenado?  Por que será que apenas o PT tem um presidente e dois tesoureiros presos?"

É a tentativa de tornar o corrupto vítima do sistema que o condena.
O que mais me envergonha nesta frase é que, como
Joaquim Barbosa do STF, fui eleitor histórico do PT,
acreditando que havia uma diferença entre Lula e Maluf.
Agora constato, estarrecido,  que Lula e o PT
malufaram vergonhosamente. Não há distinção entre
a corrupção de Lula e a corrupção de Maluf.

Na defesa do partido esta semana Tarso Genro imputa uma suposta perseguição ao PT a um regime de exceção "instrumentalizado politicamente pela burocracia estatal, por setores do poder Judiciário e pelo Ministério Público para derrotar o que resta da utopia democrática de esquerda".

Não. O que derrubou definitivamente a "utopia democrática de esquerda"
foi o mau-caratismo de um partido corrupto.

4) "Esta é a reação da direita e classes privilegiadas irritadas por ver negros nas universidades e nos aeroportos"

A propaganda do PT neste momento beira à insanidade.
É perigosa, por incitar o ódio social, e mentirosa, por não
possuir nenhuma base estatística.
De onde tiraram esta afirmação?
Que dados há que minimamente comprovem a afirmação?

Querem condenar todos os que não mais acreditam em
suas inverdades. Acusar de "direita", "elite", é o argumento
predileto dos que não possuem argumentos, explicações e
preferem fechar os olhos e manter sua alienação.

As estatísticas mostram o contrário.
Os que hoje questionam o governo e afirmam que
Lula e Dilma sabiam dos esquemas de corrupção, são muitas
vezes eleitores históricos do PT, ex-militantes envergonhados
com o uso dos ideais que sonhamos, para o vil enriquecimento ilícito.
Individual, como o do filho do Lula e os aliados do PP e do PMDB, ou para o financiamento ilícito do partido, como proposta para se perpetuar no poder.

A rejeição à Dilma cresceu vertiginosamente
entre todas as classes sociais, entre os eleitores de todos os partidos.
Não se alcança 62% de rejeição a toa.

5) "A culpa é da Globo, imprensa golpista, PIG"

Esta é uma pérola infantil nesta fieira de argumentos insanos.
Me parece tão infantil que não mereceria ser discutida.
Entretanto, esta talvez seja a mais perigosa pelo seu potencial de alienação.
Os alienados de ontem acusavam a imprensa de ser "esquerdista".
Os alienados de hoje a acusam de ser "direitista".

Ambos, os que antes defendiam a ditadura militar
e os que hoje defendem ou são coniventes com a corrupção do PT,
têm algo em comum: a prática nazista, fascista e stalinista de
anular os que pensam diferente, anular o debate e as opiniões divergentes.
Hitler, Mussolini e Stalin fazendo seguidores entre
os que se dizem "de esquerda".

A imprensa sempre terá um potencial de tender
para um lado. Esta não é a questão.
Mas a verdade sempre aflora, ao final.
O problema é que não há como negar
os fatos que são revelados todos os dias.
Assim, a militância petista precisa de
um argumento para enfiar a cabeça no
buraco e, alienada, esquecer as denúncias.

6)  "São brancos, homens e elite"

Fiquei observando a foto oficial do ministério da Dilma...
Fiz uma busca nos articulistas do folhetim Carta Capital,
incluindo aqueles mais virulentos contra a "elite de direita",
representados pela elite branca européia, como
Boaventura de Sousa Santos, Leonardo Boff, etc...
Homens, brancos e elite...  Onde está o argumento?


sábado, 21 de fevereiro de 2015

Insanidade, perigo e vergonha


Há três falácias dos petistas de hoje que são estarrecedoras.
Uma é insana, outra é perigosa e a última é vergonhosa.

O argumento arquitetado pela equipe de marketing da Dilma
de que a corrupção na Petrobras deveria ter sido
investigada no governo PSDB é um argumento insano.
Primeiro porque não é mérito nem demérito
do executivo a realização de investigação judicial.
Portanto, nem Dilma promove, nem FHC impediu a
polícia, o Ministério Público e o judiciário de investigar.
Ainda não disseram aos petistas que os poderes são independentes.
Bem que o PT gostaria que não fossem,mas o argumento
em si mostra como os publicitários mau-carácter que
assessoram a Dilma estão desesperados.
E esqueceram de avisá-los também que nos últimos 12 anos
eles é que são responsáveis pela direção da empresa.
Não haviam percebido a corrupção, ou decidiram participar dela?!
Não há argumentos!
É bem verdade que o PT não inventou a corrupção para enriquecimento próprio, se bem que uma boa investigação sobre a evolução patrimonial de
Lula e seu filho poderiam ser elucidadora!

Mas o PT seguramente inovou na história do País ao inventar a corrupção como projeto de poder! É isto que está em jogo. Pelos últimos cálculos, pelo menos 640 milhões foram para o caixa do partido somente com a corrupção na Petrobras!

A atitude perigosa se refere à insistente tentativa
de aprovar uma lei de imprensa para amordaçar
a liberdade de opinião.
É perigosa por que evidencia o caráter  totalitário
e ditatorial do pensamento do PT.
Isto mostra que o PT nunca foi contra a ditadura.
Era contra a ditadura dos outros!

O PT hoje é a maior ameaça às liberdades democráticas no País.
O atentado às liberdades democráticas estão
em curso na América Latina, na Bolívia, na Venezuela, na Argentina e no Brasil.
Está em curso na Venezuela, onde o ditador Maduro acaba de mandar prender opositores políticos do governo. O País manda embora o diplomata de
um país que condena traficantes brasileiros,
mas mantém e aplaude o processo
de desconstrução da democracia no continente.

Esta é a atitude vergonhosa!