domingo, 25 de dezembro de 2011

Eterno Natal

Clima de Natal em Sauerland - Alemanha, registrada pelo meu amigo Michael Dominik, próximo à sua casa


"Ouvi o Salvador dizer
Da Vida a Fonte Eu Sou..." - Hino de Horácio Bonar e John Bacchus Dykes

Natal é a maior intervenção de Deus na história do Mundo.
Na cosmovisão cristã, o Universo é aberto! Não estamos sós. Deus é uma realidade além do Universo mas que não está alheia ao Mundo.

Natal é o encontro do Mundo e seu Criador!

Alguns, que me acompanham neste blog devem estar pensando:
"Incoerente. Acaba de escrever sobre honestidade intelectual
e como pode um cientista ser cristão?"

Reli uma entrevista que Craig Venter deu à Veja (14/07/2010) em que ele afirma:
"É muito difícil ser um cientista de verdade e acreditar em Deus".

Craig não é um bom filósofo e é infantil em sua análise. Só conseguiu concluir o mapeamento genético na empresa privada Celera Genomics por que se aproveitava dos dados livres que eram disponibilizados pelo projeto GENOMA oficial, coordenado por Francis Collins, um cristão declarado e "verdadeiro cientista".  Ou seja, seu caráter é duvidoso também! Para entender esta história sugiro que você leia os livros de ambos:

A Vida decodificada - Craig Venter
e
A Linguagem de Deus - Francis Collins

Na entrevista, Craig se refere ao fato de que não poderia o cientista referir-se a Deus para explicar coisas que não consegue explicar de outra forma. Esta visão é muito simplória e se remete à compreensão teológica da idade média.

Por certo que se em minha atividade como físico experimental não consigo explicar a transição de um fônon em uma estrutura cristalina, ou uma linha de luminescência, ou a estrutura de uma transição de fase; não procuro a explicação de que Deus a fez aparecer em uma posição arbitrária, fora da estrutura de leis físicas que regem o fenômeno que estou estudando, por que Ele assim o quiz. Ao contrário, uilizo a metodologia científica na sua integridade, reformulo minhas hipóteses.

Por outro lado, como cristão, creio que o Universo está aberto à ação de Deus em sua potencialidade. Em nossa compreensão atual da Física temos pelo menos dois momentos que nos parecem demonstrar que o Universo está aberto.

A Criação do Universo no Big Bang demonstra que o Universo não é eterno e tem uma origem. Muitos cientistas na atualidade não se dão conta da enorme consequência filosófica deste fato! No Big Bang as Leis da Física parecem não funcionar. Não há conservação de energia e matéria aparece do vácuo. Nos termos do Livro de Gênesis "sem matéria pre-existente" - é a tradução direta do Hebraico original que me foi repassada pelo meu Pai.

Hawkins, certa vez, discutindo com teólogos católicos afirmou que este fato não deveria levar à conclusão que o Universo teve um início como relatado em Gênesis. Ele apresenta duas hipóteses:

- Universo-sanfona: que o universo esteja expandindo, mas possa diminuir sua velocidade de expansão, parar e voltar a se comprimir, implodindo sobre si mesmo, voltando a explodir, num eterno movimento de expansão e implosão. Neste caso o Universo não teria início nem fim. Não precisaria de um ato de criação.

- Os Universos-bolha: que universos estariam aparecendo em todos os lugares,espontaneamente, como explosões de bolhas de sabão. Neste caso nosso universo é apenas uma bolha qualquer. Infinitos Multiversos, todos quebrando as mais elementares leis da física, como atos contínuos de criação.

É claro que estas alternativas são ridículas e não passariam no teste da "Navalha de Ockham". A navalha nos solicita a descartar soluções teóricas complexas que possuem apenas a finalidade única de explicar o que se pretende esconder. Neste caso, o único objetivo destas duas alternativas é evitar o fato, constrangedor para alguns, de que o Universo teve um início.

Mas, ambas as alternativas perderam o sentido com a comprovação, premiada pelo Nobel deste ano, de que a expansão do Universo é acelerada. Ou seja, ao invés de diminuir de velocidade para parar e voltar a contrair, ele expande de forma cada vez mais rápida, caminhando para um fim de isolamentos e vazios. E note que a palavra "lugares" na segunda opção acima não faz o menor sentido!

Mas, o Universo poderia ainda ser caótico e não ter dado origem à vida. Assim, o Universo que conhecemos é apenas este. Ele possui as suas constantes físicas calibradas para a química do carbono e a vida baseada no carbono.

O mais inexplicável é olhar uma galáxia há quase 13 bilhões de anos-luz de distância, próxima da era de sua formação, e verificar que as linhas de hidrogênio estão lá com a mesma estrutura que observamos num laboratório na Terra. Isto é a demonstração experimental de que nos primórdios do Universo e nas mais distantes regiões deste Universo, não só as Leis da Física são as mesmas, quanto as constantes físicas que determinam a estabilidade de átomos e moléculas e a própria química, são as mesmas. Se existir vida em qualquer outro lugar neste Universo, ela deve ser necessariamente baseada no carbono! Anatomicamente poderia haver diferenças significativas, mas a bioquímica será  a mesma! Incluindo: RNA/DNA, proteínas, enzimas, etc..

Em seu livro "Apenas Seis Números", (mais em http://ulissesleitao.blogspot.com/2008/09/qumica-da-vida.html), Martin Rees reflete este estado de deslumbramento dos físicos ao se depararem no fim do século passado com esta realidade: o Universo está calibrado para a vida!

Assim, para mim, Natal é o tempo de refletir em quão misteriosa é a Vida e o Universo, o lugar que recebemos para viver. E quão deslumbrante ela pode ser, como na foto acima que recebi de um amigo da Alemanha neste Natal!

Feliz Natal a todos!

5 comentários:

Anônimo disse...

Ulisses, masi uma vez vc nos brinda com um texto rico em pesquisa e conhecimento e maravilhoso na declaração da fé. Realmente não há ciência sem a fé. Obrigada por compartilhar tanto conosco, simples mortais... Felicidades p vc e filhas...

Anônimo disse...

GNOSIS!!!

Paulo Vagner Veloso disse...

Texto gostoso e provocativo !!! Valeu !!

jair fahl disse...

Concordo com Patty: que belo texto. Deus o abençoe

LuA disse...

Texto fantástico tio!

Em minha monografia usei uma frase que agora não consigo encontrar, mas era assim:

A falsa ciência tenta negar a Deus mas a verdadeira ciência prosterna o homem diante de Deus!

É isso! ;-)