sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O fascismo do PT

A grande maioria das análises do resultado das eleições que estou lendo estão equivocadas. De Noblat, acreditando ver um "fundamentalismo religioso" crescente no debate, ao Governador Eduardo Campos vendo um "voto do adolescente da zona sul", tem muita gente errando na análise, na detecção dos pontos chaves do debate atual.

Admiro o governador Eduardo Campos, pela trajetória de Arraes, seu avô, e pelo seu pupilo político, prof. Sérgio Resende, Ministro da Ciência e Tecnologia, com quem iniciei minha carreira acadêmica. Entretanto, ele foi extremamente infeliz ao taxar a campanha contra Dilma de fascista.

Fascismo, senhor Governador, é um partido como o Partido dos Trabalhadores fechar questão sobre temas polêmicos, em que não há consenso interno, como a legalização/descriminalização do aborto, o casamento de homossexuais, descriminalização do consumo de drogas, etc. Ora, o partido deve sim ser o ambiente de debates, de confronto de ideias. Deve abarcar a complexidade da sociedade e suas incertezas.

Na verdade, creio que é este o recado das urnas. Se não há consenso, os partidos devem deixar o debate amadurecer no seio do próprio partido. O eleitor evangélico e católico pode estar fazendo a distinção entre o partido que fecha a questão sobre o aborto e o partido em que ainda há espaço para discussão. O tema está, de toda forma, na ordem do dia. Mais honesto seria o Partido dos Trabalhadores se retratar. Isto evitaria à Dilma a necessidade de mentir diante de todos os eleitores!

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