Para além do marketing político, vamos aos fatos.
Procurei, na longa entrevista do candidato Serra à revista Veja, a sua proposta para o desenvolvimento do País. Ele não menciona educação. A não ser numa vaga alusão "às oportunidades" desejadas pelo povo brasileiro, nem sequer ficamos sabendo o que pensa o candidato sobre as mazelas da educação no País.
Fica faltando tudo: Qual é a sua visão de educação? Quais são os problemas da educação brasileira e como superá-lo? No vácuo, fica a impressão que teremos outra era Paulo Renato: a política de destruição da universidade pública brasileira a troco de absolutamente nenhuma proposta real. Na era Paulo Renato/FHC tentou-se construir a falácia: Vamos investir no ensino fundamental. Não houve avanços na qualidade da educação fundamental, mas houve a deteriorização da universidade pública. O pior é o que o governo Serra fez e está fazendo com a educação no Estado de São Paulo, onde a rede pública fez uma das maiores greves dos últimos anos. A revolta atingiu a maior universidade pública do País, a USP. Ou seja, Serra é um gigantesco avanço para a idade média!
Bom, e a Dilma.
Em um artigo na mesma edição da revista, ela centra no desenvolvimento da educação a sua única proposta real para "continuar o ciclo virtuoso" de desenvolvimento do País. Ponto para Dilma? Poderia ser se, ao reconhecer o caráter central da educação para a solução dos problemas do País, houvesse alguma proposta real de política pública para melhoria do ensino no País. Seu único compromisso: Inclusão Digital. Ora, mesmo sendo a inclusão digital algo de extrema relevância, não há como defender que este é "o problema" da educação no País. Isto é uma abordagem demagógica de quem não tem proposta ou vontade política de atacar o problema real da educação no País. Afora o slogan do Derek Bok, nenhuma proposta real para o ensino no País. Até mesmo a educação a distância foi solenemente esquecida
Fiquei pensando: Por que não um plano de carreira para o ensino fundamental que premiasse a titulação acadêmica e a formação continuada com salário? Na Europa, professor do ensino fundamental possui mestrado (a graduação na Alemanha equivale ao mestrado no Brasil) ou doutorado e esta é a tendencia no Mundo. Somente um professor melhor capacitado poderá melhorar a educação. O professor só vai melhorar a sua formação se houver incentivo... Assim, ou formulamos uma política de qualidade na educação, que passe pela formação docente ou vamos administrar a ignorância.
Fica a impressão que a Dilma decorou o slogan do ex-Presidente da Harvard University, mas ainda não o internalizou:
"Se você acha que a educação é cara, tenha a coragem de experimentar a ignorância" - Derek Bok.
Pelo jeito, nos restou a ignorância.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Candidatos industrializados...


A farra do marketing político no Brasil já começou. Os candidatos do Status Quo nunca foram tão simpáticos!
José Serra, seguramente, nunca antes na história deste país colocou a mão na bochecha como na capa da Veja. Por sinal, cópia descarada da campanha de marketing do Obama!
Dilma jamais em toda a sua vida teria imaginado a possibilidade de levantar as mãos, em explosaão de alegria, num fundo rosa...
Dois candidatos que têm várias coisas em comum: o extremo mal humor, centralização excessiva e antipatia inata!
domingo, 4 de abril de 2010
Jogos digitais e processo de aprendizagem
A questão central em nosso grupo de pesquisa "Tecnologias para a inovação pedagógica" é:
Será que o uso de Jogos Educacionais permite o "aprender a pensar"?
Será que a aplicação de ambientes virtuais de aprendizagem vai desenvolver a capacidade de "solução de problemas" a serem aplicados em condições reais?
O tema é atual: Veja o artigo:
Será que o uso de Jogos Educacionais permite o "aprender a pensar"?
Será que a aplicação de ambientes virtuais de aprendizagem vai desenvolver a capacidade de "solução de problemas" a serem aplicados em condições reais?
O tema é atual: Veja o artigo:
Digital Games and Learning: In Search of Empirical Evidence
no blog de Mark Millard.
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quarta-feira, 31 de março de 2010
Português e Matemática
Lembro que na década de 90 na UFMG tínhamos embates imensos. Era a fase de ouro da Qualidade Total. Todos queriam formar gestores e o País achou que não precisava de engenheiros.
Em um debate com o prof. Lin Ching Cheng, da Engenharia de Produção da UFMG eu disse: "Assim vamos acabar administrando nossa ignorância".
Sempre defendi a linha dura na Universidade, que acha que Matemática e Física não fazem mau a ninguém. Aos meus alunos que questionavam pq tanta física (sic) eu respondia que eles se formariam e teriam a autorização de projetar um prédio de 60 andares e eu passaria com minha filha debaixo dele. Ele não deveria cair, portanto, Física e Matemática formam uma base de know-how que não poderia ser regateada.
Me assusta que os alunos, além de não saberem inglês, têm dificuldade com o português. De vocabulário a construções lógicas, tudo é difícil. Não estou falando de erro de ortografia. Estou falando de desconhecimento de palavra, de conceito e sua articulação! Me surpreendo com alunos perguntando significado de palavras que nos eram servidas no bate-papo do café da manhã em nossa casa...
Sou um pessimista! No Brasil a ojeriza a Matemática e Física é cultivada culturalmente. (Além do eterno problema de falta de professores, que as escolas estão solucionando pela simples diminuição de carga horária ... sem aula, não precisa professor...)
Assim, teremos de importar tecnologia eternamente! Sempre vai existir emprego em momento de crescimento econômico. Mas, qual o valor agregado de conhecimento destes postos de trabalho?
Em um debate com o prof. Lin Ching Cheng, da Engenharia de Produção da UFMG eu disse: "Assim vamos acabar administrando nossa ignorância".
Sempre defendi a linha dura na Universidade, que acha que Matemática e Física não fazem mau a ninguém. Aos meus alunos que questionavam pq tanta física (sic) eu respondia que eles se formariam e teriam a autorização de projetar um prédio de 60 andares e eu passaria com minha filha debaixo dele. Ele não deveria cair, portanto, Física e Matemática formam uma base de know-how que não poderia ser regateada.
Me assusta que os alunos, além de não saberem inglês, têm dificuldade com o português. De vocabulário a construções lógicas, tudo é difícil. Não estou falando de erro de ortografia. Estou falando de desconhecimento de palavra, de conceito e sua articulação! Me surpreendo com alunos perguntando significado de palavras que nos eram servidas no bate-papo do café da manhã em nossa casa...
Sou um pessimista! No Brasil a ojeriza a Matemática e Física é cultivada culturalmente. (Além do eterno problema de falta de professores, que as escolas estão solucionando pela simples diminuição de carga horária ... sem aula, não precisa professor...)
Assim, teremos de importar tecnologia eternamente! Sempre vai existir emprego em momento de crescimento econômico. Mas, qual o valor agregado de conhecimento destes postos de trabalho?
Para onde foi a antimatéria?

O Large Hadron Colider funcionou! As primeiras colisões ocorreram neste dia 30 de março. O entusiasmo dos físicos em todo o mundo é enorme. "Algumas colisões foram espetaculares. A terceira foi inacreditável!" - relatou um físico americano à revista Der Spiegel da Alemanha.
Desde que Paul Dirac previu a existência da antimatéria em 1928, ao desenvolver sua Mecânica Quântica Relativística, uma série de questões estão em aberto em relação à antimatéria. A principal delas: Onde ela se escondeu?
Em 1932 as previsões de Dirac foram observadas experimentalmente. Na época, verificou-se em Câmaras de Bolhas que raios cósmicos de alta energia produziam uma partícula de mesma massa do elétron, mas com carga elétrica de sinal oposto. Um elétron positivo, o pósitron. A criação de matéria e antimatéria a partir de fótons de alta energia parecia uma revisão do Gênesis bíblico: "E disse Deus, haja Luz..." depois veio a matéria!
O termo antimatéria vem do fato de que ao colidir com um elétron, o pósitron e o elétron são aniquilados e transformados em energia numa explosão de luz. Toda a massa é convertida em energia segundo a famosa expressão de Einstein: E=mc2! Em 1995 o CERN chegou a criar átomos de antimatéria.
Acontece que todos os processos em que a antimatéria é criada, quantidades iguais de matéria e antimatéria são produzidos. Assim, uma questão ainda em aberto é: Para onde foi a antimatéria produzida ao ser criada toda a massa de nosso Universo?
Inicialmente, pensou-se que matéria e antimatéria se separaram e se isolaram em Galáxias separadas. Mas neste caso, fronteiras de regiões de matéria e antimatéria deveriam existir, onde uma enorme quantidade de energia deveria ser identificada, o que nunca foi observado.
Esta é apenas uma das questões que deverão ser estudadas pelo LHC em Genebra. Espera-se encontrar uma explicação para a quebra de simetria que fez com que a matéria se tornasse dominante em nosso universo.
Onde se escondeu Wally?
domingo, 28 de março de 2010
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