quarta-feira, 2 de maio de 2018

Tá lá um corpo estendido no chão...


"Tá lá um corpo estendido no chão..." e ele representa a fugaz democracia brasileira!

Moro criou um muro de ódio que não para de se estender em todas as direções. Um muro que perpassa as famílias, um muro que divide a sociedade.

Há quem negue, mas para mim, os fatos mostram que estamos em pleno regime de exceção, e o paralelo com a implantação da Ditadura Militar de 1964 é gritante. Com uma única ressalva, no atual momento político, a ditadura militar foi implantada antes de 31 de março...

Assim como com Jango, a presidente Dilma foi deposta no golpe de 2016 e seu cargo "declarado vago", como queriam os militares, para justificar a ruptura democrática de 1964. Assim como JK, virtual presidente que seria eleito nas eleições não realizadas de 1965, Lula foi cassado e mantido em cela solitária pelo Juiz Sérgio Moro, com o único propósito de impedir que ele ganhe as eleições deste ano.

Assim como em 1964, as panelas bateram na "Marcha pela Família", a Rede Globo faz uma série de longos editoriais defendendo os golpes que se repetem, se unindo à Folha e ao Estado de São Paulo na defesa da ditadura. Uma situação que está nos levando à derrocada das instituições democráticas.

Aqueles que defendem a democracia, picham o prédio da residência da presidente do STF, Ministra Cármen Lúcia, mas os que foram inflados pelo ódio criado pela Lava Jato assassinam Mariele. Ambas são agressões, mas não há como comparar a manifestação daqueles que se tornaram sem voz pela democracia de 1988 em seu ocaso, e aqueles que assassinam os que lhes são contrários. Inclusive com o incentivo e apologia ao crime do militar-candidato que consolidou os mesmos 10% de apoio que tiveram os militares golpistas de 1964.

As eleições que se aproximam não permitem visualizar qualquer possibidade de êxito na pacificação do País.

Na análise de Faulhaber, publicada no El País (Veja AQUI), as eleições de 2018 serão protagonizadas por três atores.

Bolsonaro consolidou seus 10% de seguidores, pode captar mais alguns votos, mas ainda assim não tem nenhuma possibilidade de construir um consenso nacional, até porque seu discurso de ódio não ajuda a criar a paz.

Longe de formar uma maioria, Joaquim Barbosa, se candidato, se vencer sua inexperiência, se ...  deverá ser um novo Collor de Mello. Pode até vencer as eleições, mas terá então um choque de realidade. Ou compra a maioria parlamentar, negando o discurso que o leva à vitória, ou afunda o País na crise que leva à conclusão do processo de ruptura democrática.

A Esquerda, contra a qual se insurge a República de Curitiba e a despeito dela, avança como maior força política do País. Entretanto, se unida e acertando o "timing e o candidato", deve consolidar no máximo 40% dos eleitores. Se ganhar as eleições deste ano, seria sem formar uma maioria parlamentar.

E assim qualquer que seja o candidato eleito, não há perspectiva de normalidade institucional. Aí o 31 de março pode ser antecipado para 1 de janeiro!

Tá lá o corpo estendido no chão, e não é de nenhuma pessoa física... 

PS.:  Aliás, ontem foram 44 corpos desaparecidos nos escombros de um prédio que evidencia a carência de políticas públicas e a necessidade do "Minha Casa Minha Vida"...

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