domingo, 23 de outubro de 2011

Sobreviventes

Venceu ao ataque das formigas

Barba-timão venceu o fogo e brota novamente cheia de vida

Cajú selvagem, venceu o improvável

A chuva fria espelhada no asfalto, as retas da estrada e ao longe a Serra de Carrancas. Lá vou eu para o Sítio Águas Claras. No som do carro, Milton nascimento traz lágrimas aos meus olhos.

Cada geração tem seus hinos.
A minha geração, seguramente, tem um Coração de Estudante.

"Já podaram seus momentos,
desviaram seu destino, 
seu sorriso de menino,
tantas vezes se escondeu...

Mas renova-se a esperança,
nova aurora a cada dia,
há que se cuidar do broto
para que a vida nos dê,
flor e fruto..."

Minha geração teve na esperança e na utopia os seus sonhos.
No correr da luta, nada fizemos a não ser fugir das armadilhas da mata escura.
Sobrevivemos.  Como a minha muda de Ipê Rosa, que sobreviveu às formigas.
No dia seguinte ao seu plantio, nenhuma folha restou. Aguei um toco seco por um mês e meio. As primeiras chuvas provaram que a vida se redime.

Do chão maltratado, a vida ressurge depois do incêndio. O Cajú do Mato nasce rasteiro, improvável, junto ao chão como se fora morango. Doce fruto da teimosia do Cerrado...

Para que a Vida nos dê flor e fruto... renova-se a esperança!

2 comentários:

Denise Vasconcelos disse...

Ei, querido.
A Bíblia diz que basta a cada dia o seu próprio mal. Parafraseando: "mate um leão por dia". É uma proposta pra viver o agora com coragem, mas sabendo que "depois da tempestade vem a bonança". Esta pode ser a fase de brotos e esperanças renovadas porque o dia de ontem já passou e com ele suas mazelas. Hora do hoje, ressurgindo com flores coloridas e seus doces frutos. Qdo der jabuticaba me avisa... Eu quero! Bjim

Tel disse...

além de tudo é poeta...