segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O Natal de Richard Dawkins

Richard Dawkins não possui nada em comum com Einstein! É um cientista de renome, que hoje se projeta mais como Ativista do Ateísmo do que pelos seus conhecimentos de Zoologia, ciência onde se notabilizou. Possui uma língua afiada, mas um raciocínio trôpego. Em uma recente palestra ele resumiu a maior descoberta da Física da segunda metade do século 20 sem lhe dar a devida atenção. Talvez pelo seu parco conhecimento de Física.

A constatação de que as constantes físicas do Universo estão calibradas para a existência da Vida Humana como nós a conhecemos é, na minha opinião, a grande realização da Física da segunda metade do século passado. Entretanto, posso contar nos dedos os Físicos que estudam ou compreendem o seu significado.

Tudo começou com a constatação de uma ressonância entre níveis de energia do núcleo de Carbono. Em 1953, o astrofísico Alfred Hoyle previu a existência de um nível excitado de energia em exatos 7,65 MeV. Seu argumento era de que, caso não houvesse este nível de energia, não haveria uma ressonância que favorece a formação de Carbono no interior das estrelas e não haveria a formação de Carbono suficiente no Universo para possibilitar a existência da vida. Alguns anos depois este nível de energia foi verificado experimentalmente.

O que tem maior importância filosófica é o fato de que este nível é função de algumas constantes físicas fundamentais, como a velocidade da Luz, a constante de Planck e a carga do elétron. Assim, estamos diante do fato estarrecedor de que as constantes físicas do Universo em que vivemos conspiram para a existência do homem. O Universo estava, em sua criação, preparado para a vida.

Muitas outras coincidências foram posteriormente constatadas. Richards Dawkins as cita em sua palestra e conclui, ridicularizando: “e então os cristãos querem crer que quem ajustou estes parâmetros na criação do Universo nasceu como homem para os salvar...”

Neste ponto Richard Dawkins está certo. Este é na verdade o significado do Natal! Segundo o Evangelho de João: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória...”. Não acreditar é sempre uma possibilidade em aberto, mas nunca uma necessidade imposta pela Ciência atual. A atitude de Einstein de “estar maravilhado” diante dos mistério de nosso Universo é mais coerente com a honestidade intelectual de um cientista do que a atitude arrogante de Richard Dawkins.

3 comentários:

Patty Pimenta disse...

Gente inteligente é outro papo mesmo!!! Valeu!!!

Daniel disse...

Professor, fui seu aluno na UFMG. Uma vez você distribuiu em sala de aula um texto no qual explicava as coicidências nos valores das constantes físicas. Eu perdi este texto. Você poderia postá-lo em seu blog?

Ulisses Leitão disse...

Opa Daniel. Não tenho mais este texto. Mas vou procurar... Obrigado!