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Tragédia ambiental no Lago de Furnas |
O Secretário de
Desenvolvimento do Rio de Janeiro deu entrevista ao Jornal Nacional,
neste 8 de março, ameaçando utilizar o Licenciamento Ambiental como arma para tentar
reverter o desejo democrático da maioria do País, de que os royalties do petróleo sejam divididos por todo o País.
É fato de extrema gravidade
que um político venha a público com tamanho cinismo. Quem acha que
estou usando uma palavra forte, que procure assistir ao sorriso de escárnio de Bueno na gravação disponível na
internet - AQUI.
"A imaginação é
infinita, dá para fazer um monte de coisas, um monte de maldades", disse.
Minha posição sobre a
questão dos Royalties do Petróleo é a seguinte: não é possível
mais uma vez desperdiçarmos a oportunidade de financiar o crescimento
igualitário do País. O imposto (royalties é uma eufemismo visando
esconder a real natureza do dispositivo legal) só se justifica, na
sociedade moderna, como forma de viabilizar políticas públicas que
visem a proteção da sociedade.
No golpe que está sendo orquestrado pelo Espírito Santo e pelo Rio de Janeiro, querem utilizar estes impostos para aprofundar as diferenças regionais.
Estamos vivendo uma enorme crise energética. Ao contrário do que tem sido alardeado na imprensa e sustentado pelo governo Dilma, o ano de 2012 foi pródigo em chuvas. Os reservatórios estão vazios por que estamos ultrapassamos o ponto de equilíbrio: estamos gastando mais água para a produção de energia em nossas hidrelétricas do que o razoável. Não tivemos mais apagões este ano por causa do pibinho da Dilma: a indústria freou o seu consumo.
Minas vive uma tragédia ambiental em seus reservatórios. O nível da represa abaixa, floresce a vegetação rasteira. Quando as chuvas elevam o nível do reservatório, a vegetação apodrece e consome o oxigênio da água!
A represa de Camargos está há seis meses com nível abaixo de 60% - aprox. 4 metros abaixo do nível. O gráfico acima mostra como a Cemig retirou o que pode de água da represa para mitigar o problema da baixa histórica do Lago de Furnas. A curva vermelha representa o fluxo de saída, o azul o fluxo de entrada no Lago. Para se ter uma ideia, por volta do dia 6 de fevereiro o fluxo de vazão da Represa foi de 30 bilhões de litros de água por dia! Se por seis dias toda a água que chegou na represa em final de janeiro e início de fevereiro tivesse sido retida, o lago estaria com capacidade máxima!
A solução para todos estes problemas é evitar esta enorme oscilação de nível. Gastar apenas aquilo que se tem! E agora eu me pergunto: onde estão os royalties das águas para proteger os direitos dos cidadãos brasileiros que moram às margens destes lagos? Qual é o valor dos "royalties" pagos aos municípios "produtores de água" para mitigar seus problemas ambientais? E quanto à desvalorização do patrimônio e investimentos de cidadãos pela imperícia da ANS em manter as represas cheias?
Não podemos ter mais impostos. Mas podemos redistribuir os royalties do petróleo para ter uma sociedade mais justa.