de tarde... |
Desfazendo as malas, entre os gêneros de primeira necessidade, encontrei Neruda, 100 Sonetos de Amor, aberto no canto 89:
LXXXIX
Quando eu morrer, quero tuas mãos em meus olhos:
quero a luz e o trigo de tuas mãos amadas
passar uma vez mais sobre mim seu viço:
sentir a suavidade que mudou meu destino
Quero que vivas enquanto eu, adormecido, te espero
quero que teus ouvidos continuem ouvindo o vento
que cheires o amor do mar que amamos juntos
e que sigas pisando as areias que pisamos juntos
Quero que o que amo continue vivo
e a ti amei e cantei sobre todas as coisas
por isso, segue tu florescendo, florida
para que alcances tudo o que meu amor te ordena
para que passeie minha sombra por teu pêlo
para que assim conheçam a razão de meu canto
pela manhã... |
PS.: Tinha as fotos das Orquídeas do Campo para um texto que deveria chamar: "Para mim basta um dia..." Duram apenas 24 horas. Depois é até difícil de achar o talo onde elas floresceram!
Um comentário:
Lindíssimo!!! Ulisses, em espanhol fica mais lindo ainda, creia! Gracias por tu sensibilidad!
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