sexta-feira, 22 de abril de 2011
A maior lição da Alemanha no Século XX
Recebi um presente de aniversário antecipado de minha querida irmã Míriam Leitão: o livro "O Mundo Alemão de Einstein", do historiador Fritz Stern.
Nesta manhã de sexta-feira de páscoa, uma leitura que me faz meditar sobre a grandeza e a tragédia deste país que eu amo, a Alemanha. O século XX "poderia ter sido o século da Alemanha", comentou o filósofo judeu francês Raymond Aron a Fritz Stern certa vez. O livro nos permite vislumbrar por que não o foi!
Impressionante é uma frase no final do prefácio:
"Nenhum país, nenhuma sociedade está protegida dos males que a passividade de cidadãos decentes pode ocasionar. Essa é uma lição alemã do século XX - para todos nós".
Max Planck - formulou a hipótese quântica; Max von Laue - descobriu a difração de raio-X que permitiu a análise de estruturas moleculares e, muito tempo depois, a descoberta da estrutura do DNA; Otto Hahn - descobriu a fissão nuclear, base do uso da energia nuclear e, Werner Heisenberg, criou a Mecânica Quântica com a sua famosa abordagem matricial e seu princípio da incerteza de Heisenberg. Todos eles físicos brilhantes. Todos ganhadores do Prêmio Nobel mas... todos apoiaram de forma passiva ou ativa a catástrofe do nazismo alemão. Hahn e Heisenberg trabalharam ativamente no desenvolvimento da bomba atômica alemã que, se tivesse ficado pronta a tempo, poderia ter mudado o curso da história.
Será que alguma vez aprenderemos esta lição? A verdadeira catástrofe alemã no século XX foi a passividade e a omissão de suas mentes mais esclarecidas.
No Brasil hoje, motivos para indignação não faltam. Basta olhar ao lado!
Feliz Páscoa a todos.
PS.: Quando morei na Alemanha, entre 84 e 88, descobri uma Alemanha que decidiu discutir o seu passado. A visão sem rodeios da tragédia alemã é ensinada na escola, " para que nunca mais aconteça".
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